domingo, 1 de janeiro de 2012

Fora 1

Mencionei de passagem no post anterior que passei a virada do ano na praia.

"Maresias não tem erro", tentou me animar meu amigo. Acabei indo, menos por ter sido convencido do que pra não ser acordado de cinco em cinco minutos com o telefone tocando: "Você vai mesmo perder essa?"

Ele estava certo. Maresias não tem erro. Certeiro que levaria um não. Um não não, vários nãos. Patricinhas, farofeiras, nativas, estrangeiras ("I said no, sir!")... Mas... não é que meu amigo estava realmente certo? Uma gatinha ali um pouco afastada da multidão me dando mole. Gatinha pelo menos tanto quanto minha lembrança fixada a álcool 70 consegue se lembrar - e eu estava o mais sóbrio entre meus amigos. Cheguei junto - desviando no meio do caminho dos buracos na areia da praia que insistiam em se atirar à minha frente. Pelo que me lembro fui bem sucedido em evitar tropicões embaraçosos, mas não sei bem porque a lembrança mais nítida que tenho é da garota limpando areia de meus cabelos e perguntando algo como "Você está bem?".

Não sei o que respondi. Mas devo ter mandado bem: ela achou graça do que eu disse. (Ou estava rindo de mim?) De qualquer maneira o papo continuou e lembro vagamente que foi esquentando. "De onde você é?" "Nossa é grande assim? Quero ver." (e etapas intermediárias que perdi). Suspeito fortemente que exagerei em um ou dois desvios padrões a magnitude de meus atributos pessoais, pois a última imagem que tenho da guria é dela fechando furiosa a porta do quarto do motel: levando embora suas roupas, seus seios e minha autoestima e deixando seu perfume, meu coração em frangalhos e uma puta conta (esvaziou o frigobar e pediu vários serviços).

Essa noite que não aconteceu certamente vai ficar na minha memória por um longo tempo - ao menos a cada fatura do cartão com uma parcela da conta do motel.

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